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Setor privado destaca protagonismo e ações concretas no enfrentamento à urgência climática

Empresas brasileiras intensificam a descarbonização com metas mensuráveis, adoção de tecnologias limpas e integração de critérios climáticos à estratégia de negócio e investimentos. O movimento já resulta em ganhos de eficiência, redução de emissões e novos modelos de financiamento, reforçando o papel do setor produtivo como vetor da transição para uma economia de baixo carbono e elevando a competitividade do Brasil na economia verde global.

Os destaques foram debatidos no painel “A Contribuição do Setor Privado no Enfrentamento à Urgência Climática”, moderado por Clarissa Lins, sócia-fundadora da Catavento Consultoria, realizado na manhã desta sexta-feira (31/10), durante a 3ª Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. O evento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), no Centro de Convenções Salvador. A poucos dias da COP30, que será sediada em Belém (PA), o painel reforçou a necessidade de ampliar escala, financiamento e governança para consolidar resultados.

“A ação climática só é efetiva quando gera impacto concreto. E é o setor privado que transforma compromisso em resultado”, ressaltou Lins. Ela também lembrou que as empresas vêm ampliando significativamente sua adesão a iniciativas voluntárias de metas de emissões baseadas na ciência (SBTi). “O número de companhias comprometidas mais do que dobrou em dois anos, o que mostra maturidade e responsabilidade empresarial”.

O superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, observou que a competitividade industrial está diretamente ligada à eficiência energética e à inovação tecnológica, além de afirmar que as empresas brasileiras vêm investindo em processos produtivos mais limpos e na cogeração de energia, o que tem reduzido custos e emissões. “A sustentabilidade é um fator de produtividade, e não um custo adicional”, defendeu.

Políticas e parcerias

Bomtempo também salientou a importância de políticas públicas estáveis e parcerias institucionais que incentivem a transição industrial para uma economia de baixo carbono. “Para acelerar a descarbonização, precisamos de coerência entre política industrial e política ambiental, uma agenda que una inovação, financiamento e regulação eficiente”, completou.

A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica), Elbia Gannoum, destacou a função estratégica da energia eólica na consolidação de uma matriz elétrica ‘verde’ e competitiva. Segundo ela, o Brasil possui “um ponto de partida esplêndido”, mas precisa manter o ritmo de expansão e remover gargalos que ainda comprometem a competitividade industrial. “Temos energia limpa e abundante, mas a tarifa industrial continua elevada, o que reduz nossa vantagem comparativa”, alertou.

Observatório de implementação

Gannoum também propôs a criação de um observatório de implementação das metas climáticas, com participação de diferentes setores, para acompanhar a execução de compromissos e resultados. “Estamos fazendo muito, mas é preciso mostrar o que está sendo entregue. Essa transparência é vital para consolidar a liderança do Brasil em energia renovável e sustentabilidade industrial”, afirmou.

A diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Vergili Correia, mencionou que o setor agropecuário é fundamental na captura de carbono e regeneração de solos, além de defender a transição para sistemas produtivos mais eficientes e rastreáveis. “Sustentabilidade é eficiência. E eficiência não é apenas ambiental, é também econômica”, reforçou.

Parte da solução

Correia enfatizou que a pecuária regenerativa e a agricultura de baixo carbono já são realidades no Brasil, mas precisam ser escaladas. “Temos mais de 40 milhões de hectares de áreas degradadas que podem ser restauradas e produtivas. O país pode aumentar sua produção sem abrir novas áreas, mostrando ao mundo que somos parte da solução climática”, exemplificou. A executiva da JBS ressaltou, ainda, que o protagonismo brasileiro na COP30 será uma oportunidade para demonstrar, com resultados concretos, o avanço dessas práticas.

O vice-presidente de Relações Institucionais da Volkswagen Truck & Bus, Marco Saltini, observou o avanço da eletrificação no transporte de cargas, um dos setores de maior impacto em emissões. Ele apontou que a indústria automotiva brasileira vive um momento decisivo para ampliar a oferta de veículos elétricos e híbridos, mas que o desafio ainda está na infraestrutura de recarga e no custo dos componentes.

Realidade acessível

Saltini reivindicou políticas de incentivo à produção local e à inovação tecnológica, que tornem o transporte de baixo carbono uma realidade acessível. “Mais do que uma mera tendência, a descarbonização é uma necessidade competitiva. O setor automotivo tem condições de liderar essa transformação com inovação, escala e cooperação”, apontou.

Por sua vez, o diretor de Mudanças Climáticas e Descarbonização da Vale, Rodrigo Lauria, citou a relevância da mineração na transição energética global, especialmente na produção de minerais críticos, que são essenciais para tecnologias limpas. “O setor mineral é parte da solução, uma vez que fornecemos os insumos para a transição e, ao mesmo tempo, temos de reduzir nossa própria pegada de carbono”, afirmou.

Motor da descarbonização

Lauria compartilhou iniciativas da Vale em eletrificação de equipamentos, eficiência energética e uso de combustíveis alternativos, reforçando que a inovação é o motor da descarbonização industrial. “O futuro será definido pela nossa capacidade de investir em tecnologias que conciliem produção e preservação. A mineração precisa demonstrar, na prática, que pode ser vetor de transformação climática e não apenas reagir às pressões externas”, concluiu.

Às vésperas da COP30, o painel reforçou o consenso de que a transição climática exige cooperação, métricas claras e escala, com o setor privado brasileiro assumindo papel decisivo na implementação das metas da NDC e na construção de uma economia descarbonizada, competitiva e socialmente inclusiva.

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A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias conta com o patrocínio na categoria Master da BHP, Hydro e Vale; na categoria Cota 2, da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e do Governo da Bahia; na categoria cota 3, Itaú, e na Cota 4, Alcoa. Também recebe o apoio da Concertação pela Amazônia, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) e Instituto Arapyaú. A Rede Bahia é a media partner da Conferência.

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