Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias evidencia diversidade e maturidade da sociedade para debater futuro da região
A solenidade de abertura da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, na noite da última 4º feira (6/11), em Belém (PA), deixou claro que os diversos segmentos da sociedade estão dispostos a discutir e a propor ações que abordem questões de preocupação local, nacional e internacional em relação à proteção e ao futuro da Amazônia, já que a região é estratégica para o enfrentamento das mudanças climáticas, entre outros benefícios para as pessoas.
Para diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, “a proteção da Amazônia é um desafio colocado diante do Brasil e do mundo. E dependemos dela para conseguir superar um desafio maior, que é a emergência climática. Esta conferência foi organizada pelo IBRAM, com apoio do governo do Estado e de outras organizações importantes e representativas, para envolver a todos e a todas que possam contribuir para propor soluções”.
Ele enfatizou que para avançar neste esforço, “precisamos de todas as forças disponíveis. Esta conferência não é para mostrar a visão do setor mineral. Ela é a maior reunião dos que têm algo a propor para o enfrentamento dos problemas da Amazônia”, disse, explicando que sua programação foi desenvolvida a partir de opiniões coletadas junto a 35 entidades de vários segmentos.
Raul Jungmann acrescentou que “para termos a floresta em pé, para termos o desenvolvimento sustentável da Amazônia com novas economias e o respeito aos direitos dos povos originários e aos das demais populações locais nós tínhamos que ser radicalmente contra quem destrói esta região e foi assim que nos posicionamos contra o garimpo ilegal, que provoca destruição, vitima adultos e crianças e fomenta o crime organizado”, afirmou, dizendo ainda que os amazônidas devem ser ouvidos e integrarem qualquer iniciativa que se refira ao futuro da região.
O governador do Pará, Hélder Barbalho, a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias e a COP30 (cúpula da ONU sobre mudanças climáticas), a ser realizada na capital paraense em 2025, “colocam Belém no mapa das discussões mais relevantes sobre a Amazônia e os desafios ambientais (…) Esta conferência amplia o conhecimento do Brasil e do mundo sobre a região e cria um novo olhar sobre a Amazônia”. Hélder Barbalho enfatizou que “a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias não é apenas mais uma. Ela é uma extraordinária oportunidade para que este público aqui reunido em Belém (vindo de várias partes do Brasil e do mundo) possa discutir diretamente com quem mais entende da situação (os habitantes da região), aqui na Amazônia, na Amazônia real (…) quanto mais pessoas conhecerem a Amazônia real, que precisa de soluções reais para seus problemas e para as pessoas – 29 milhões de habitantes – baseadas na sociobioeconomia, mais avançaremos para os consensos que nos levem a soluções práticas e ambientalmente corretas”.
Ediney Drummond, diretor-presidente da Lundin Mining e vice-presidente do Conselho Diretor do IBRAM, disse em seu discurso que a conferência “promove o debate inclusivo e democrático ao dar espaço para ouvir vozes de diversos segmentos” e “nos mostra o nível de maturidade da sociedade para discutir o futuro da Amazônia e de sua população” por compreender as implicações de não se tomar atitudes urgentes em relação à região, que sofre com a destruição contínua de sua biodiversidade, entre outros fatores.
No palco da cerimônia, os diversos segmentos sociais estavam ali retratados, nas presenças, por exemplo, do governador do Pará, Hélder Barbalho – acompanhado de diversos secretários estaduais e assessores –; lideranças de povos indígenas, como Neidinha Suruí; Osório Coelho Guimarães Neto, representante da titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Barbosa de Oliveira Santos; a embaixadora da Suécia no Brasil, Karin Wallensteen, e outros representantes do corpo diplomático; ex-ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (curadora da conferência) e José Carlos Carvalho, e o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy; ambientalistas; altos executivos de muitos segmentos econômicos; lideranças do comando militar; representantes da reitoria de universidades, como da UFPA; jornalistas; dirigentes do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Federação das Indústrias e da Câmara da Construção do Pará; Kátia Abreu, ex-senadora.
Por mensagem de vídeo, o presidente da Vale (uma das patrocinadoras da conferência), Gustavo Pimenta, avaliou a importância de se realizar a conferência no Pará com o objetivo de se discutir e propor ações pela Amazônia, bem como abordou iniciativas daquela companhia em prol da preservação da floresta, entre outras ações sustentáveis.
Também estiveram presentes ao palco da solenidade dirigentes dos patrocinadores da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias: BHP, Hydro e, Ambipar. Além dessas companhias, também patrocinam o encontro, que será realizado até 8/11: Itaú; MRN; Alcoa; Conselho Indígena Mura; Potássio Brasil; a Latam, que é a companhia aérea oficial do evento.