Transição energética e o papel estratégico do Brasil são tratados na Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias
Especialistas debateram o tema durante o painel “A agenda de transição energética, os desafios globais e o papel do Brasil” no segundo dia do evento, em Belém (PA).
A transição energética, essencial para o combate às mudanças climáticas, foi um dos principais temas discutidos durante a 2ª edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias. No evento, especialistas e líderes do setor enfatizaram o papel estratégico do Brasil nesse desafio global e como o país se posiciona para aproveitar suas vantagens naturais e tecnológicas.
Participaram do debate importantes nomes como Gilberto Martins, diretor de Assuntos Regulatórios e Tecnologia da Informação na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rafaela Guedes, senior fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), Fernanda Delgado, CEO da Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV), Kalil Cury Filho, diretor titular adjunto do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), e Sandra Favretto, diretora corporativa da Ambipar Response Brasil.
Os painelistas abordaram o papel do Brasil no cenário global e a preparação do país para enfrentar os desafios da transição energética. Um dos pontos centrais do debate foi a relevância das reservas de minerais críticos, como lítio e níquel, que são essenciais para a produção de baterias de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia, colocando o Brasil como um potencial fornecedor estratégico para a transição energética mundial.
Além disso, os especialistas destacaram o diferencial do Brasil em sua matriz energética renovável, com uma ampla oferta de energia limpa proveniente de fontes como hidrelétricas, eólicas e solares. Para que o país aproveite plenamente esse potencial, a construção de um pacto regulatório sólido e eficaz foi considerada fundamental. A ideia de integrar a transição energética com a neoindustrialização do Brasil foi defendida como uma oportunidade única para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável.
Segundo os especialistas, o Brasil, com sua geopolítica favorável e vastas reservas de recursos naturais, tem a chance de se tornar um protagonista da transição energética global, não só como fornecedor de combustíveis fósseis, mas também como líder em energias renováveis. No entanto, para alcançar esse status, o país precisará se adaptar e inovar, tanto no âmbito doméstico quanto no cenário internacional.
O debate também ressaltou que, ao contrário do passado, quando os países seguiam caminhos semelhantes em termos de políticas energéticas, hoje é uma vantagem estratégica descobrir e explorar novas reservas de energia. No entanto, é crucial que o Brasil adote uma política industrial que maximize os benefícios do seu potencial energético, evitando armadilhas que possam restringir seu crescimento sustentável.
A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias é organizada pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), tem a parceria do Governo do Pará e é apresentada pela Vale e tem como patrocinadores na categoria Master, as empresas BHP, Hydro; como patrocinadores Belém, o Itaú e a MRN; como patrocinador Gestão de Resíduos, a empresa Alcoa; como patrocinadores Sustentabilidade, o Conselho Indígena Mura e a Potássio Brasil. Já na categoria Compensação de Carbono, a Conferência tem como patrocinador a Ambipar. A Latam é a companhia aérea oficial do evento.