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Para salvar a Amazônia, Iván Duque defende união e fim da estigmatização

Crédito: Divulgação

Presidente da Colômbia também destacou o papel das nações ricas no fortalecimento das comunidades locais

Encerrando as palestras internacionais da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, Iván Duque, presidente da Colômbia entre 2018 e 2022, abriu sua participação com duas perguntas provocativas: como a Amazônia pode salvar o mundo? Como podemos salvar a Amazônia?

Embora não existam soluções simples para ambos os questionamentos, Duque foi enfático ao defender a importância da floresta amazônica para a solução da crise climática. “Podemos fazer tudo muito bem-feito, mas se não protegermos a Amazônia não atingiremos nenhuma das metas climáticas”. Ele destacou que a floresta é o principal tesouro de biodiversidade do mundo, reunindo mais de 20% das espécies da flora de todo o planeta. “É o regulador natural dos ecossistemas do hemisfério”.

O presidente colombiano lembrou que a dimensão do bioma dificulta o controle das ações na região, assim como a quantidade de nações que acolhem a floresta em seu território. Nesse cenário, o palestrante destacou o papel do Brasil: “Com mais de 5 milhões de km2, 60% do bioma está no país. O Brasil é determinante para a estabilização do clima e fazer frente a maior crise climática que a humanidade já viveu”.

Fazendo alusão aos cenários polarizados em vários países, Iván Duque destacou a necessidade de se pensar de forma integral, deixando de lado debates ideologizados. “Conservar a Amazônia não é da esquerda, nem da direita e nem do centro, é um dever moral e é preciso buscar soluções efetivas que respondam também às questões econômicas e sociais”. Ele completou dizendo que a proteção da Amazônia precisa estar conectada à redução desigualdade, acabando com o que chamou de “dilema absurdo” entre geração renda e preservação.

Em uma fala mais dirigida ao setor mineral, o keynote speaker também criticou a estigmatizarão de alguns setores da economia. “São atividades que contribuem economicamente e precisam fazer parte da solução, como mineração e combustíveis fósseis. E esse chamado à reflexão parte da base de que os países não podem deixar suas principais fontes de receita porque a transição tem muitos custos. Só para o Brasil desenvolver uma nova economia para a Amazônia, os investimentos podem superar 1,5% do PIB, por ano, nas próximas duas décadas”.

Isso requer, de acordo com ele, que tenhamos uma mentalidade única e inequívoca de todos os setores, como o da economia circular baseada nos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). “Se o setor privado assumir seu papel vamos dar o passo necessário para que a Amazônia atinja a meta de carbono zero”.

Duque também criticou duramente o exercício de atividades ilegais na região, tanto em áreas como a exploração ilegal de minerais e a expansão ilegal da fronteira agrícola. “É preciso unir todos os setores da economia legal para acelerar e sermos efetivos na transição”.

O presidente da Colômbia ainda falou sobre a importância do bioma para garantir água fresca em regiões como Bogotá, capital colombiana; a necessidade de alcançarmos a meta de desmatamento zero na Amazônia; a dinamização da economia circular e do mercado de carbono; transição energética; financiamento da transição; mobilidade limpa; e taxonomia verde.

Além disso, seguindo a linha do que vem sendo amplamente defendido pelas nações em desenvolvimento, Iván Duque foi firme na defesa de que os países desenvolvidos repensem suas posturas e contribuam com os países em desenvolvimento. “É preciso fazer um chamado para que os países que mais contribuíram para a crise climática facilitem as condições para que os produtos da Amazônia acessem seus mercados, gerando cadeia de valor agregado para as comunidades locais. Não haverá mudança nas comunidades sem que esses países facilitem a chegada desses produtos nos mercados deles”.

Sobre Iván Duque

No período em que presidiu a Colômbia (entre 2018 e 2022), Iván Duque buscou fomentar a cooperação internacional para proteger a Amazônia. Com o discurso de que proteger a floresta é um dever moral dos países que a abrigam, seu governo focou em iniciativas como o desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis e o impulsionamento do ecoturismo na região.

Sobre a Conferência

A Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias é promovida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), organização sem fins lucrativos, que reúne mais de 130 empresas e instituições que atuam no setor mineral e assumiram o compromisso de proteger a Amazônia. O IBRAM e seus associados estão comprometidos com inovações no setor e com a difusão das melhores práticas empresariais e ambientais.

O evento reúne representantes dos povos da floresta, da sociedade civil, academia, setores públicos e privados na capital paraense para tratar de questões que envolvem meio ambiente, economia e desenvolvimento sustentável.

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